Se eu soubesse o que escrever escreveria lindos textos românticos onde mocinhas saltitantes pulam nos braços de seus amados, escreveria trágedias gregas, batatalhas armadas com homens de peitos nús, escreveria um conto de fadas onde meninos não crescem e vivem em uma terra onde meninos perdidos são felizes, mas como não sei, relato o dia-a-dia cinza das cidades que não dormem, com pessoas que sonham com uma terra do nunca mas sabem que o nunca é ali além das estrelas e sabem também que são encobertas por nuvens negras todo tempo. E vivem as margens de um rio sem nome, onde não se pode beber da água. Escrevo sobre pessoas que passam seus dias sem observar se quer a cor dos olhos de quem se sentam do lado nos ônibus da vida, escrevo sobre a triste falta de percepção (quem dirá de vida) de quem não percebe aquele olhar elogioso de uma senhora saudosa da juventude que viu em você! Eu queria ler entre as entrelinhas as mais puras emoções, eu queria ver um pouco de emoção na nossa fadada estressada vida. Histórias que eu possa contar com prazer, onde não sejamos meramente desconhecidos voltados as nossas carcaças cheias de egocentrismo e falta de amor.
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