segunda-feira, 27 de julho de 2015

Nos tornamos água de chuchu


Calmaria e tempestade, dois lados de uma mesma moeda, Em um momento tudo e em outro mão atadas, risos e lagrimas rolando! É o turbilhão da vida, 365 dias por ano para construir e as vezes tudo desmorona em apenas um piscar de olhos. Um dia um tal de Vinicius de Ipanema disse: A vida não é brincadeira amigo! E um outro canto da cidade com um olhar do alto do morro disse Cartola que a sorrir pretendia levar a vida. Que ironia do destino, em uma mesma cidade que hoje quase não brilha e que não consegue achar bonito a boemia de outrora, os bailantes da lapa, ou degustar a chop do ouvidor, parece que a cidade está ficando cinza, perdendo a cor, a graça, o cheiro da velharia da praça nas feiras de final de semana. Os poetas gritavam de dor, por amor, por saudade, por rebeldia... não dormiam ao relento, lutavam pra não cair nessa mesmice, na padronização da vida, lutavam para não serem essa água de chuchu que nos tornamos, sem cor, sem vida, sem graça, vidrados em uma tela, robotizados, moldados ao risinho sem graça de canto de boca, com nossa selfies, egos inflados e vidas vazias! Pena que tenho da gente, construímos o castelo sobre areia, as pedras são usadas apenas para atirar.

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